Dentre tantas vezes que olhei para os teus olhos e não falei nada,
mais valiam os dentes no seu braço, os beijos em teu peito.
Tua lingua movimentando-se de uma forma estranha pela minha boca, que tanto me irritava, descobriu um novo sentido. Tantos abraços enquanto o sol batia nos meus olhos e ainda aquecia nossos dedos, fazia-te um pouco mais charmoso, talvez até mais inigmático, dentro de olhares e mais olhares.
E eu, sem nenhuma palavra, apenas observava teu jeito agitado e disperso.
No inverno que passava quando eu te reencontrei, depois de tanto tempo sem contato, os dias se tornaram mais calorosos. E uma longa espera fez o que não era obvio, nem ao menos que se fazia transparecer, surpreender, e ocupar seu verdadeiro espaço.
Com um sorriso de orelha a orelha, os óculos sujos devido ao contato com a minha pele, conquistou-me.
Aos poucos ganhou um pedaço de mim, outro pedaço e mais outro.
E assim, tomou os meus dias, visitou meu peito com frequencia,
subitamente me estimulou e deu-me um novo sentido.
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